20


 Bethany refletindo: 
“ Uma das palavras mais frustrantes da linguagem humana, até onde sei, é amor. Tanto significado atribuído a essa única palavrinha... As pessoas falam nela livremente e a todo tempo, usando-a para descrever seu apego a bens materiais, bichos de estimação, destinos de férias e comidas preferidas. Às vezes, numa mesma frase, empregam essa palavra também para a pessoa que consideram mais importante em suas vidas. Isso não é absurdo? Não deveria haver outro termo para descrever uma emoção tão profunda? Os humanos são muito preocupados com o amor. Todos estão sempre desesperados para formar um vínculo com uma pessoa a quem possam se referir como sua "alma gêmea".

De acordo com o que li na literatura, parecia-me que estar apaixonado significava ser o mundo inteiro da pessoa amada. O resto do Universo era insignificante comparados aos amantes. Quando estavam separados, cada um entrava em estado melancólico, e apenas quando se reuniam seus corações tornavam a bater. Só estando juntos poderiam realmente ver as cores do mundo. Uma vez separados, aquela cor sumia, deixando tudo cinzento e nebuloso. Eu ficava na cama me perguntando sobre a intensidade dessa emoção que era tão irracional e tão irrefutavelmente humana. E se a fisionomia de uma pessoa fosse tão sagrada para você a ponto de se inscrever permanentemente em sua memória? E se o cheiro e o toque dela tivessem mais valor do que sua própria vida? Claro, eu não sabia nada sobre o amor humano, mas a ideia sempre me intrigou.

Os seres celestiais nunca fingiram entender a intensidade das relações humanas; mas eu achava espantoso como os humanos podiam permitir que outra pessoa se apoderasse de seu coração e sua mente. Era irônico como o amor podia despertá-los para os milagres do Universo e, ao mesmo tempo, fazer com que toda a sua atenção se voltasse de um para o outro.

Capitulo dois, página 20 do livro HALO

1 comentários:

Postar um comentário